quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Branca


Como a face d'alvorada
Como as pedrinhas da estrada
Como as onda do mar.
Como a lua quando sai
Como a neve que cai
Como uma ursa polar.

Como as conchas da praia
Como a luz d'uma atalaia
Como as gaivotas no ar.
Como as círros no páramo
Como as rosas no ramo
Como a vela no altar.

Branco o sorriso meigo;
(D'uma candura sem par...)
Como o lírio no vergel
Como o marinheiro ao batel
Como o claro luar.

José Anchieta

O Olho do Arco Íris



Priscila sonhava suas sete cores
Sete amores perdidos então
Quando Priscila ainda menina
Inovava-se cheia de inspiração

Nas cores sentia tantos amores

Que até vislumbrava todas as íris
Era de um todo,tanto fascínio
Do olho que via em seu arco-íris

Sete cores tão magníficas

Atravessando todo seu universo
Que a donzela se extasiava então

Os devaneios dessa menina rica

Felicitando momentos dantescos
Transfigurava todo seu coração.

Josue Ramiro Ramalho (Um amigo do Facebook)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Soneto


Sei que nunca terei os teus carinhos,
Sei que nunca terei o teu amor!
Sou espinheiro à margem dos caminhos,
És a gota de orvalho sobre a flor!

Nasci no pó e ferem meus espinhos,
Nasceste em nuvem branca de esplendor.
Morro no mundo triste dos sozinhos
Voltas aos céus em blocos de vapor!

Ah! Amo-te demais, com desatino,
Mas sei qual a distância nos separa
E acato as leis amargas do destino.

Curtirei em segredo esta paixão,
Guardando n’alma tua imagem rara,
E a dor no apaixonado coração!

Lucan (Um amigo do Recanto)

Teus Olhos Verdes


Teus olhos são rubis garimpados
No rio claro das perfeições!
Emoldurados por tuas feições
Parecem dois colibris orvalhados.

Os teus olhos me dão esperança
Quando os miro apaixonadamente!
Os teus olhos são a límpida nascente
Donde o amor coexistiu, criança.

Os teus olhos tão formosos
Embelezam o teu rostinho de infante
São dois heróis majestosos.

Os teus olhos verdes, sagrados!
São duas estrelas de brilho ofuscante!
São dois anjinhos esverdeados!

José Anchieta

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Soneto do Primeiro Beijo


No momento em que o ósculo acontece 
Faz tremer as pernas e extasia o peito
No minuto exato em que tudo é perfeito
Unem-se os lábios em uma única prece.

O meu - foi numa mágica noite quente
Enquanto a lua brilhava esplendorosa
Ouvi sons de sinos! E um aroma de rosa
Penetrou-me as narinas, sutilmente.

Não sei se foram apenas febris ilusões
Ou se foi correspondente a realidade.
É assim quando nos rendemos às paixões?

Com aquele beijo veio o triste desencanto
Que me ensinou a amar com mais serenidade
Antes que viesse a bruma de um pranto.

José Anchieta

Um Beijo Apenas...



Abraça-me com ternura e ledice tanta
Depois me prende com as duas tranças!
Os olhos – parecem gêmeas crianças:
Uma baila enquanto que a outra canta!

E enquanto me enlaça o seu corpo esguio
Tortura a minha volúpia e o meu desejo!
O meu olhar emite, da paixão, o lampejo
E as mãos umedecem com o suor frio...

As pernas sacodem feitos os bambuzais
Quando sopra forte e impetuosa ventania.
Dos seios – os lírios são adornos fatais

Sobre a epiderme rósea. É cândido o riso!
Os meus olhos nos seus olhos – dão poesia
Um beijo apenas e terei o céu e o paraíso...

José Anchieta

Apenas, Mais Um Poema de Amor


Nestes versos que eu canto
Com tristeza e grave pesar
Dou-te a ternura do olhar...
Por que, que eu te amo tanto?

O teu riso alegre, festivo (...)
Confunde-se com o meu pranto.
O teu seio firme (pináculo santo).
Para te amar é que vivo!!

A lua tem inveja desta silhueta
Que, desnuda, brinca comigo.
Pequenina, esbelta e perfeita.

Quando eu tiver o teu carinho
E ser-te mais que um amigo...
Mudarei teu nome pra “benzinho”.


José Anchieta

Você é Linda...


Você é linda...

Feito um dia ensolarado e sem nuvens.
Como uma melodia de Beethoven.
Como um plantio de lindos girrasóis.
Feito cascata de água cristalina.
Linda feito os colibris adejantes.
Linda como um poema de Neruda.
Igual a botão de rosa se abrindo.
Mais linda que uma garça no lago.
Tão linda quanto brilho de estrela.

Feito um cisne de asas escancaradas.
Feito uma vitória-régia amazônica.
Mais que o arco-íris depois da chuva.
Tão linda quanto uma orquestra de anjos.
Você é linda...
Tanto quanto uma colisão de cometas.
Mais linda que o teatro das fadas.
Feito um campo na primavera.
Feito o mar na calmaria.
Mais linda que o plenilúnio.
Mais bela que a própria vida.

Como um regaço paradisíaco.
Como uma manhã orvalhada.
Mais bonita que um bando de gaivotas.
Tão linda quanto linda é a praia.
Mais linda que um farol aceso.
Como uma andorinha em voo.
Feito um piscar de estrela.
Como um sorriso de infante.
Mais bela que a aurora.
Tão linda que me apaixono.

José Anchieta

Luzia




O teu lindo olhar luzia,
Insinuando um talvez...
E por medo ou timidez
A minha voz emudecia.

Os teus cabelos lisos
Dançavam ao vento.
Valsando junto o sentimento,
Crédulo dos teus risos.

...E o teu olhar sempre luzia.
Enfeitiçando-me sem dó.
Como uma áspide á cotovia!

O teu olhar, linda Luzia,
Transforma uma rocha em pó!
Misto de paz e de agonia!

José Anchieta

Meigo Colibri


Se meio descuidada, sorri...
Eu sei a estrada certa!!
O teu riso – É dádiva e oferta!!
Baila e adeja, ó meu colibri!

Deixe a porta entreaberta...
Que eu fico a olhar-te daqui!
Se meio descuidada, sorri...
Eu sei a estrada certa!!

O caminho para ser feliz!!
A fórmula mágica do amor!!
O mapa é o teu sorriso, Cris.

Eu te amo! Ò meigo colibri!
Embalsamas toda a minha dor
Quando, tu descuidada, sorri!

José Anchieta

Reencontro


Quando nos vermos novamente
Vou contemplar-te com longa e demorada ternura
Extasiar-me na serenidade do teu olhar de menina
Irei abraçar-te pressurosamente...
Esquecendo-me dos equívocos da exactidão dos minutos
Que pressupõem o tórrido beijo de amor.
Quando nos vermos novamente, meu bem
Eu já não terei nos olhos esta melancolia de agora
Acolhida nos refolho da alma inconstante.
Quando nos encontrarmos novamente
Irei sorrir-te feito uma criança boba
Desprezando a luz do sol e a claridade do dia
Para iluminar-me com o brilho da tua magia
Irei sorrir, libertando-me dos aguilhões da saudade.
Para prender-me no aconchego do teu caloroso abraço
E a vibração celestial da sua maravilhosa voz
Será a minha carta de alforra
É desta maneira subtil e delicadamente aguardada
Que eu imagino o nosso reencontro, querida.
E quando nos revermos, razão do meu viver!
O meu coração saltará de alegria vibrante.
Já não serás apenas uma fotografia na moldura
Sobre a poeira da estante.
Não escreverei o verso inédito, pois inédita é a
Nossa história de amor
Não recordarei telefonemas, nem transcreverei poemas.
Pois a silhueta do teu formoso corpo
E a estática do teu rosto lindo
Serão os aéreos memoriais do meu pensamento.

Para: Jaqueline
Com amoroso desejo.

Um Poema de Amor



 
Quis subtrair d'um jardim, bela flor
Perseguiu-me um cão petulante
E uma abelhinha irritante
Atraída pelo seu agradável odor

Quis cantar-lhe o mais lindo louvor
Mas não sei dedilhar um violão
Quis retratá-la na barra de sabão
Mas sou um péssimo escultor

Quis soprar-lhe ao ouvido - amo você!
Ao ouvir do vento, o rumor
Balançando os verdes ramos do ipê.

Quis dar-lhe rosas, não pude.
Trago apenas um poema de amor
E desejo-lhe paz e saúde.

José Anchieta


Pretérito-mais-que-Perfeito



Eu ainda te amo, apesar dos pesares
E dos beijos ressequidos... Frouxos...
Mesmo que os lírios se tornem roxos
Ou sequem-se as águas dos mares


Eu continuo a te amar com dolência
Sem me importar com quase nada!
(Se um dia fostes a meiga namorada
Que roubaste a minha inocência!)


E no clarão dos teus olhos luzentes
Minha alma refugiada descansa;
Aninha-se nos teus abraços quentes


Depois retorna apaziguada e tranqüila
E dormente feito uma boba criança
Canta e ri, e valsando ao vento sibila


José Anchieta

Poema Sacro



 
Ele morreu para dar-me a vida e o perdão
E carregou sobre Si minhas dores.
Uma coroa de espinhos... Ao invés de flores,
(Que eu quereria), para perfumar-lhe o chão

Da via-crúcis em que, Ele seguia...
Quantos erros simbolizados na cruz.
As afrontas da humanidade sem luz
-Quanta bondade! - Oh! Quanta agonia...

-Jesus Querido, sou muito Lhe Grato
Pelo Teu sangue vertido no lenho.
Mas mesmo assim, sei que sou ingrato

Por não servir-Te com grande engenho.
Na Tua presença descalço os sapatos,
Retiro a gravata. Sou frágil desenho!

José Anchieta

Rondel do Beija-Flor


O frágil colibri adeja
No vai e vem à bela flor
E enquanto ele a beija
Subtrai-lhe o seu frescor

Picou uma doce cereja
Pra saber-lhe o sabor.
E a amante sertaneja
Viu com ciúmes o despudor.

É tudo o que deseja:
O néctar e o seu amor.
Por isto somente festeja
O fragílimo beija-flor
Que à flor-de-lis corteja.

José Anchieta


Soneto Fúnebre



 
-Maria Alice! Maria Alice!
Terminar assim por quê?
Será que a vida iludiu você?
E após, tira-nos sua meiguice?

Maria Alice, menina nova!
Flor orvalhada e agora murcha
A paixão foi uma bruxa
Que a levou do jardim á cova.

-Maria Alice! Maria Alice!
Anjo amante e de olhar sereno.
Eu estremeci quando alguém disse:

- Maria Alice lá na cidade
Desiludida bebeu veneno
Só para matar-nos de saudade.

In memorie.

José Anchieta

Uma Semana Apaixonado



Na segunda-feira, pela manhã
Algo me faz recordar você:
A moldura sobre a mesa – clichê...
Nós juntinhos na foto, talismã!


Ainda é terça-feira, eu sozinho
Crio um slide dos momentos (...)
Raciocínio entre pensamentos
Onde estará o meu amorzinho?


È quarta-feira, o tempo (tartaruga...)
Quando estamos unidos, alça vôo!
Voem horas... Senhora sem ruga!


Voem (...) e a quinta-feira já vem!
Amanhã é sexta e depois das seis
Irei correr pros braços de meu bem!


José Anchieta



Homenagem a Alberto e Lucimara 
que contrairão núpcias no dia 26 de Novembro de 2010
e serão muito felizes.

Soneto de Casamento



Amo-te querida com o mesmo afã
Com que outrora eu te amei.
E depois destes anos eu sei
Que te amo hoje menos, do que amanhã.

Quero-te com a mesma ternura
Com que outrora eu te quis.
E sei que tu me fazes feliz
Tornas a minha vida cheia de ventura.

Que Deus abençõe a nossa união
Com saúde, paz, felicidade...
E acrescente cada dia mais amor!

Por isto, pediremos juntos, ao Senhor:
- Oh!Pai! Nunca deixais faltar o pão,
O respeito e a fidelidade.

José Anchieta


O Amante de Todas Elas...



A flor que eu mais admirava
Que trouxe um perfume mágico
E que eu me recordo nostálgico
Com quem toda a noite sonhava

Era a esbelta morena do rio
Que passava com ar de pirraça
Cheia de lascívia e de graça
Com odores de fêmea no cio.

Ia lavar as roupas da família toda.
Ia sôfrega e languida pelo caminho...
Seguida por uma cadela gorda.

Usava perenemente uma flor
Nos cabelos negros e esvoaçantes!
E eu sonhando ter o seu amor...

José Anchieta


Mercedes



 
Vi na luz dos teus olhos verdes
O teu sorriso se abrir para mim.
Voltei ao tempo, àquele jardim
Aonde eu te abracei, Mercedes.

E revi na luz dos olhos verdes
A pétala translúcida do jasmim:
Que perfume magnífico! Enfim
O nosso primeiro beijo, Mercedes.

E no momento exato daquele amasso
O meu coração parecia querer voar.
Quis viver contigo um amor devasso

Mas o seu pudor não o permitira.
Quis roubar-te outro beijo, ao luar...
O teu olhar fere feita a macambira!

José Anchieta


Bianca



 
Vou escrever um poeminha para ti
Tão delicado quanto o teu sorriso
Que soe terno e que seja preciso
Como o bater de asas de um colibri


Vou escrever um poeminha para ti
Tão cativante quanto o teu olhar
Que evolua feito uma onda a saltar
Como a cantoria de um bem-te-vi


Vou escrever um poeminha para ti
Com as letras tiradas do meu coração
E a candura deu um infante que ri


Pronto! Este soneto eu ofereço a ti
Quereria ter tido mais inspiração
Perdão! Se não agradar-te o que escrevi

José Anchieta


Lorena



Bela como a flor orvalhada!
Meiga, frágil e pequena.
Tão lindo o teu riso, Lorena...
Tão linda a tua face corada!

Tão pequeninos os teus pés!
Pisando as flores do campo.
Brincas como um pirilampo
Sem conhecer - da vida - o revés.

Como um colibri adejas
Por entre as flores do prado.
E tudo o que vês, desejas...

...O réptil que viste na trilha
E que fugiu assustado.
- Mas ele morde, minha filha!

José Anchieta

Inocência


Éramos um casal em miniatura
Seguíamos juntos e tão serenos!
E no compasso dos pés – ingênuos -
Imitava-os, os sonhos e a ternura.

Eu embebia dos teus olhos amenos,
Toda a claridade e formosura.
Fulgurava em minha retina escura
O brilho amoroso - vazio de venenos.

Ah... A inocência é a coisa mais pura!
Somos felizes! Se eu pudesse ao menos,
Reviver aquele passado de ventura!(...)

Se eu conseguisse voltaria ao menos,
Para dar-te um beijo cheio de candura!
E me aninhar nos teus braços pequenos.

José Anchieta

2 comentários:

  1. ain,que liiiiiiiiiiiindo! *-*
    Creio que é dessa inocência que sentimos falta. Talvez o mundo precise mais,e de novo, da pureza nos relacionamentos,algo que os faça verdadeiros [e intensos]
    aMeeeeei
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  2. A sensibilidade de uma alma que não é pequena!
    Agradeço suas gentis palavras em meu cantinho e adorei chegar aqui e encontrar poesia.
    Ótima noite!
    Abraço
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Criancês



                                   Para: KlixtaKlixtalina

Eu não sou o seu poliglota!
Eu não sei o criancês
A Klixtinha fala “tlêis”!
Klixta – flor de bergamota...

A klixtinha só quer “bejo”!
Não quer “ablaço” apertado.
Quer, é o meu beijo, babado
E o meu carinhoso cortejo.

Ósculo virtual não nós acaricia
E não deixa marca de batom!
- Mãeee... Beijo virtual arrepia?

Em homenagem fiz este soneto
Com onomatopéias e este som:
O ba-ti-cum, tum-tum no peito...

Zozézinho